Alzheimer é uma doença neurológica que afeta o Sistema Nervoso Central devido à progressiva degeneração dos neurônios, afetando sobremaneira o raciocínio e o comportamento do portador.  A doença é classificada em fases: Inicial, Intermediária e Avançada ou Terminal. A distinção destas fases é importante, pois é a partir deste conhecimento que o profissional da saúde poderá adequar o tratamento, bem como, a intervenção junto aos familiares e cuidadores, considerando as necessidades do portador.

Fase Inicial: é de difícil identificação, pois, normalmente, a doença já está instalada e não foi diagnosticada devido à dificuldade de reconhecimento dos sintomas pelos familiares e pelo próprio paciente. Inicialmente acredita-se que se refere ao declínio cognitivo normal da velhice ou um alto nível de estresse quando o portador não é idoso.

Os sintomas observados na fase inicial apresentam as seguintes características: perda de memória recente – geralmente lapsos que não interferem significativamente no cotidiano do indivíduo. Em alguns casos, o próprio paciente percebe que anda esquecido, mas acredita ser devido à idade, não dando a devida importância para o fato. Porém, com o tempo, estes esquecimentos aumentam comprometendo a autonomia na realização de determinadas tarefas, motivando a procura de ajuda profissional. Normalmente, a iniciativa de buscar um especialista é tomada por um familiar próximo que percebe a incoerência em algumas atitudes do portador.

Neste caso, é importante ressaltar que a avaliação de um profissional poderá ajudar a família a perceber a diferença entre os esquecimentos oriundos de um processo de envelhecimento normal e o desenvolvimento de uma demência.

organização espaço-temporal também passa a ser falha comprometendo a dinâmica funcional do portador como, por exemplo: esquecer de pagar as contasesquecer de se alimentar levando a perda de peso; os afazeres começam a ficar limitados e com pouca criatividade.

Na primeira fase além do declínio da memória de fixação, também podem aparecer distúrbios de comportamento, isto é, o paciente começa a se comportar de maneira diferente do habitual. Veja um exemplo desta mudança: Um familiar relatou, que sua tia estava estranha, criava intrigas entre as sobrinhas que iam visitá-la, inventado estórias que uma falou algo da qual elas não haviam falado. A partir destes fatos, associado à perda da capacidade de armazenamento de fatos recente, a família buscou orientação médica, a paciente foi encaminhada a um especialista e este diagnosticou como sendo um quadro de demência.

O surgimento de uma demência pode ocorrer de maneira lenta ou de forma abrupta. Neste último caso, o inicio é marcado pelo aparecimento de sintomas bem definidos como: confusão mental, ou seja, o paciente não reconhece a si, o outro e nem os lugares; sintomas de agressividade, alucinações e delírios de perseguição. Esta fase pode ser um indicador do aparecimento da Doença Alzheimer.

Na fase intermediaria o paciente apresenta mais claramente os déficits cognitivos, já não sendo mais possível camuflar ou ignorar a perda de memória. Surgem as dificuldades de linguagem para formulação de uma frase, o pensamento fica confuso e até as escolhas simples tornam –se impossíveis de serem realizados pelo portador.

Nesta fase, assim como na primeira os familiares são acometidos por um estresse muito grande, pois, dentre outros problemas, o paciente fica repetitivo, por não guardar mais informações. Normalmente ele que ir embora para sua casa mesmo estando nela; não reconhece mais as pessoas de suas relações, tornando-se dependente dos outros no que se refere às atitudes cotidianas e na tomada de decisões, mesmo que seja para coisas simples como que roupa vai colocar, o que vai comer.

Normalmente o estresse psicológico aumenta nesta fase, pois apesar do paciente se encontrar impossibilitado de realizar autonomamente muitas tarefas, este não reconhece sua dificuldade, entrando, muitas vezes, em conflito com os familiares. O portador não reconhece que as atitudes dos familiares são para preservar sua integridade. E é comum o idoso apresentar atitude agressiva quando se sente contrariado.

Nos casos em que a Doença se apresenta lentamente, ocorrem estados de lucidez no paciente reforçando a idéia de que ele está sadio. Para os familiares esta oscilação entre momentos de lucidez e de confusão mental traz confusão e sofrimento, principalmente, para os que não estão diretamente ligados ao paciente.

Na terceira fase, o paciente perde toda sua capacidade funcional, pois os comandos cerebrais já foram destruídos, levando-o a dependência total, ou seja, o paciente não consegue andar, falar. A deglutição também é afetada e a funcionalidade motora apresenta uma rigidez em que ele se mantém em estado de alerta (consciente), mas não apresenta mais a lucidez necessária para realização das tarefas. O portador depende totalmente dos cuidadores, desde o banho até a avaliação da temperatura ambiente (frio ou calor) e a necessidade de agasalhá-lo. Nesta fase, alguns pacientes, precisam do auxilio de sonda para se alimentar, visto que, mesmo fazendo o processo de engolir corretamente, muitas vezes este alimento acaba indo para o pulmão, ocasionando em internações por broncopneumonia.

O cuidado nesta fase é maior em relação ao seu estado fisiológico, devido à debilidade orgânica, sendo comum o surgimento de infecção urinaria, principalmente por causa do uso freqüente de fraldas; As escaras também são freqüentes devido ao aspecto circulatório deficiente do paciente e a compressão da pele do paciente que nesta fase permanece mais sentado ou deitado.

É importante que os familiares conheçam as características da doença, bem como, sua sintomatologia. Além disso, a união familiar, o suporte profissional especializado e o apoio social, através de grupos de apoio, serão úteis para melhorar o cuidado com o portador, aliviar o sentimento de culpa e ter a orientação necessária nos momentos de decisão e mudanças.

Fonte: http://artigos.psicologado.com/neuropsicologia/alzheimer-e-as-fases-da-doenca